"Sabei perdoar com bondade antes que seja tarde.
O perdão supera o ódio.
Vá te reconciliar, e obterás o perdão, e a tua vida vai melhorar um pouco, porque para melhorar muito, precisarás modificar o teu ego."

Pe. Zezinho - Utopia

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EVANGELHO SEGUNDO SÃO JOÃO
                     O Verbo Divino
  I.  - Prólogo (1,1 -18)
11  - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2 - Ele estava no princípio junto de Deus.
3 - Tudo foi feito por Ele, e sem Ele nada foi feito. 4 -  Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. 5 - A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 - Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 7 - Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 8 - Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 - [ O Verbo] era a verdadeira luz que,vindo ao mundo, ilumina todo  homem. 10 - Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. 11- Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 12 - Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 13 - os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15 - João dá testemunho dele, e o exclama:  "Eis aquele de quem  eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim."
16 - Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. 17 - Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 - Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
 II  – JESUS MANIFESTA SUA MISSÃO E DIVINDADE EM SUA VIDA PÚBLICA




Testemunho de João Batista
(= MT 3,1-17 = Mc 1,1-13 = Lc 3,1-17)

19 – Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: "Quem és Tu?" 
20 – Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: "Eu não sou o Cristo."  –  21 - "Pois então quem és? Perguntaram-lhe eles. És tu Elias?
 Disse ele: "Não o sou."  - És tu o profeta? Ele respondeu: "Não."  22 - Perguntaram-lhe de novo: "Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?  23 – Ele respondeu: "Eu sou a voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor como o disse o profeta Isaias" (40,3). 24 – Alguns dos emissários eram fariseus. 25 – Continuaram a perguntar-lhe: "Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?"  26 -  João respondeu: "Eu batizo com água, mas no meio de voz está quem vós não conheceis. 27 – Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado." 28 – Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.
29 – No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30 – É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim. 31 – Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água é para que ele se torne conhecido em Israel."  32 – (João havia declarado: "Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.")  33 – Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: "Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo." 34 – Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus."






Encontro com os primeiros discípulos

   35 – No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos. 36 – E, avistando Jesus que ia passando, disse: " Eis o Cordeiro de Deus."  37 - Os dois discípulos ouviram no falar e seguiram Jesus. 38 – Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?" Disseram-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?"  -39 "Vinde e vede", respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
   40 – André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinha seguido. 41 – Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: "Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)." 42 – Levou-o a Jesus, e Jesus fixando nele o olhar, disse: "Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)."
   43 – No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: "Segue-me." 44 – (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.)  45 –
Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José." 46 -  Respondeu-lhe Natanael: "Pode, por ventura, vir coisa boa de Nazaré? Filipe retrucou: "Vem e vê. 47 – Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade."  48 – Natanael pergunta-lhe:  "Donde me conheces?" Respondeu Jesus: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira."  49 -  Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel."  50 - Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta." 51 – E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem."
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Encontro com os primeiros discípulos

   35 – No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos. 36 – E, avistando Jesus que ia passando, disse: " Eis o Cordeiro de Deus."  37 - Os dois discípulos ouviram no falar e seguiram Jesus. 38 – Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?" Disseram-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?"  -39 "Vinde e vede", respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
   40 – André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinha seguido. 41 – Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: "Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)." 42 – Levou-o a Jesus, e Jesus fixando nele o olhar, disse: "Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)."
   43 – No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: "Segue-me." 44 – (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.)  45 –
Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José." 46 -  Respondeu-lhe Natanael: "Pode, por ventura, vir coisa boa de Nazaré? Filipe retrucou: "Vem e vê. 47 – Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade."  48 – Natanael pergunta-lhe:  "Donde me conheces?" Respondeu Jesus: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira."  49 -  Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel."  50 - Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta." 51 – E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem."
A samaritana

4   1 - O Senhor soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele recrutava e batizava mais discípulos que João 2- (se bem que não era Jesus quem batizava, mas os seus discípulos) 3 – Deixou a Judéia e voltou para a Galiléia. 4 – Ora devia passar por Samaria.
        5– Chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José.
6 – Ali havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se a beira do poço. Era por volta do meio-dia.
       7 – Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: "Dá-me de beber."  8 – (Pois os
discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos).
 9 – Aquela samaritana lhe disse: "Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana!..." (Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos.)  10 – Respondeu-lhe Jesus: "Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva." 11- A mulher replicou: "Senhor, não tens com que tirá-la, e o poço é fundo... donde tens, pois, essa água viva?  12 – És, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também  os seus filhos e os seus rebanhos?" Respondeu-lhe Jesus: "Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede, 14- mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna."  15 – A mulher suplicou: "Senhor, dá-me dessa água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!" 16 – Disse-lhe Jesus: "Vai, chama teu marido e volta cá."
17 – A mulher respondeu: "Não tenho marido." Disse Jesus: "Tens razão em dizer que não tens marido.  18 – Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade."
           -19 "Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que és profeta!... 20 – Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar." 21 -  Jesus respondeu: "Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém. 22 – Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.  23 – Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja.  24 – Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade." 25 – Respondeu a mulher: "Sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo); quando, pois vier, ele nos fará conhecer todas as coisas." 26 – Disse-lhe Jesus: "Sou eu, quem fala contigo."
           27 – Nisso seus discípulos chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: "Que perguntas?" Ou: "Que falas com ela?"  28- A mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: 29 – Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, por ventura, o Cristo?" 30 – Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus.
           31 – Entretanto, os discípulos lhe pediam: "Mestre, come." 32 -  Mas ele lhes disse: "Tenho um alimento para comer que vós não conheceis," 33 – Os discípulos perguntavam uns aos outros: "Alguém lhe teria trazido de comer?"  34 – Disse-lhe Jesus: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra.
35 – Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa. 36 – O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão. 37 – Porque eis que se pode dizer com toda a verdade: "Um é o que semeia, outro é o que ceifa. 38 – Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado; outros trabalham, e vós entrastes nos seus trabalhos."
            39 – Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: "Ele me disse tudo quanto tenho feito." 40 – Assim, quando os samaritanos foram ter com ele, pediram que ficasse com eles. Ele permaneceu ali dois dias. 41 – ainda muitos outros creram nele por causa das suas palavras. 42 – E diziam à mulher: "Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo."


Cura do filho de um oficial




          43 – Passados os dois dias, Jesus partiu para a Galiléia.  44 – (Ele mesmo havia declarado que um profeta não é honrado na sua pátria.)  45 – Chegando à Galiléia, acolheram-no os galileus, porque tinham visto tudo o que fizera durante a festa em Jerusalém; pois também eles tinham ido à festa. 46 – Ele voltou, pois, a Caná da Galiléia, onde transformara água em vinho.
          Havia então em Cafarnaum um oficial do rei cujo filho estava doente.
47 – Ao ouvir que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer. 48 – Disse-lhe Jesus: "Se não virdes milagres e prodígios, não credes..."  49 – Pediu-lhe o oficial: "Senhor desce antes que meu filho morra!"  -50 – "Vai, disse-lhe Jesus, o teu filho está passando bem!'' O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu.  51 -  Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: "Teu filho está passando bem."  52 – Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe:"Ontem à sétima hora a febre o deixou."  53 – Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus lhe dissera: "Teu filho está passando bem."  E creu tanto ele como toda a sua casa.
         54 – Esse foi o segundo milagre que Jesus, depois de voltar da Judéia para a Galiléia.




Multiplicação dos pães




(= Mt 14,13 - 21  =  Mc 6,32 - 44  = Lc 9,10 -17)




6 -     1 – Depois disso, atravessou Jesus o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades).  2 – Seguia-o uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em benefício dos enfermos.  3 – Jesus subiu a um monte e ali se sentou com seus discípulos.  4 – Aproximava-se a Páscoa, festa dos judeus.
           5 – Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: "Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer " 6 – Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer.  7 – Filipe respondeu-lhe: "Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço."  8 – Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: 9 – "Está aqui um menino que tem cinco pães  de cevada e dos peixes... mas que é isto para tanta gente "  10 – Disse Jesus: "Fazei-os assentar," Ora, havia naquele lugar muita relva, Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil.  11 – Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas. E igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam.  12 – Estando eles saciados, disse aos discípulos: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca."  13 – Eles os recolheram e dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos.
         14 – À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: "Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo." 
15 – Jesus, percebendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte.

Jesus anda sobre as águas

 

(= Mt 14,22 - 36  =  Mc 6,47 – 53)

 

        16 – Chegada a tarde, os seus discípulos desceram à margem do lago.  17 – Subindo a uma barca, atravessaram o lago rumo a Cafarnaum. Era já escuro, e Jesus ainda não se tinha reunido a eles. 18 – O mar, entretanto, se agitava porque soprava um vento rijo. 19 – Tendo eles remado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus que se aproximava da barca, andando sobre as águas, e ficaram atemorizados.  20 – Mas ele lhes disse: "Sou eu, não temais."  21 – Quiseram recebê-lo na barca, mas pouco depois a barca chegou ao seu destino.

 

Discurso de Jesus sobre o pão da vida

 

22 – No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar percebeu que Jesus não tinha subido com seus discípulos na única barca que lá estava, mas que eles tinham partido sozinhos. 23 – Nesse meio tempo, outras barcas chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. 24 – E, reparando a multidão que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, entrou nas barcas e foi até Cafarnaum à sua procura.

25 – Encontrando-o na outra margem do lago, perguntaram-lhe: "Mestre, quando chegaste aqui?"

              26 – Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes os pães e ficastes fartos. 27 – Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal."

             28 -  Perguntaram-lhe: "Que faremos para praticarmos as obras de Deus?"  29 – Respondeu-lhes Jesus: "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou." 30 – Perguntaram eles:  "Que milagres fazes tu para que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra?  31 – Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito: Deu-lhes de comer o pão vindo do céu"(Sal 77,24).  32 – Jesus respondeu-lhes: "Em verdade em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu; 33 – porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo."

34 – Disseram-lhe: "Senhor dá-nos sempre deste pão!"

             35 – Jesus replicou: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.  36 – Mas já vos disse: Vós me vedes e não credes...  37 – Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora.  38 – Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.  39 – Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia.  40 – Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna;  e eu o ressuscitarei no último dia."

            41 – Murmuravam então deles os judeus, porque dissera: "Eu sou o pão que desceu do céu"  42 – E perguntavam: "Por ventura não é ele Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu?"  43 – Respondeu-lhes Jesus: "Não murmurei entre vós.  44 – Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia.  45 – Está escrito nos profetas: Todos serão ensinados por Deus(Is 54,13). Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim.  46 – Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai. 47 – Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.  48 – Eu sou o pão da vida.  49 – Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram.  50 – Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer.  51 – Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste  pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo."

            52 – A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: "Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?"  53 – Então Jesus lhes disse: "Em verdade, em verdade vos digo:  se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.  54 -  Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.  55 – Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 56 – Quem come a  minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.  57 – Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim.  58 – Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente."

          59 – Tal foi o ensinamento de Jesus na Sinagoga de Cafarnaum.

           60 – Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: "Isto é muito duro! Quem o pode admitir?"   61 – Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: Isso vos escandaliza?

  62 – Que será, quando virdes o Filho do homem subir para onde ele estava antes?... 63 – O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida.  64 – Mas há alguns entre vós que não crêem..." Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair.  65 – Ele prosseguiu: "Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido."

          66 – Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele.  67 – Então Jesus perguntou aos Doze: "Quereis vós também retirar-vos?"  68 – Respondeu-lhe Simão Pedro: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.  69 – E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!"  70 – Jesus acrescentou: "Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo um de vós é um demônio!..."  71 – Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, porque era quem o havia de entregar, não obstante ser um dos Doze.

 

 

 Festa dos Tabernáculos




          7  1 – Depois disso, Jesus percorria a Galiléia. Ele não queria deter-se na Judéia, porque os judeus procuravam tirar-lhe a vida.
                2 – Aproximava-se a festa dos  judeus chamada de Tabernáculos.  3 – Seus irmãos disseram-lhe: "Parte daqui e vai para a Judéia, afim de que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.  4 – Pois quem deseja ser conhecido em público não faz coisa alguma ocultamente, já que fazes essas obras, revela-te ao mundo.  5 – Com efeito, nem mesmo os seus irmãos acreditavam nele.  6 – Disse-lhe Jesus: "O meu tempo ainda não chegou, mas para vós a hora é sempre favorável.  7 – O mundo não vos pode odiar, mas odeia-me, porque eu testemunho contra ele que as suas obras são más.  8 – Subi vós para a festa. Quanto a mim, eu não irei, porque ainda não chegou o meu tempo.  9 – Dito isto, permaneceu na Galiléia.
              10 – Mas quando os seus irmãos tinham subido, então subiu ele também à festa, não em público, mas despercebidamente.  11 – Buscavam-no os judeus durante a festa e perguntavam: "Onde está ele?"  12 – E na multidão só se discutia a respeito dele. Uns diziam: "É homem de bem." Outros, porém, diziam: "Não é; ele seduz o povo."  13 – Ninguém, contudo, ousava falar dele livremente com medo dos judeus.
              14 – Lá pelo meio da festa, Jesus subiu ao templo e pôs-se a ensinar  15 – Os judeus se admiravam e diziam: "Este homem não fez estudos. Donde lhe vem, pois, este conhecimento das Escrituras?"  16 -  Respodeu-lhes Jesus:  "A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.  17 – Se alguém quiser cumprir a vontade de Deus, distinguirá se a minha doutrina é de Deus ou se falo de mim mesmo.  18 – Quem fala por própria autoridade busca a própria glória, mas quem procura a glória de quem o enviou é digno de fé e nele não há impostura alguma.  19 – Acaso não foi Moisés quem vos deu a lei?  No entanto, ninguém de vós cumpre a lei...  20 – Por que procurais tirar-me a vida? Respondeu o povo: "Tens um demônio! Quem procura tirar-te a vida?  21 -  Replicou-lhe Jesus: fiz uma só obra, e todos vós vos maravilhais!  22 – Moisés vos deu a circuncisão (se bem que ela não é de Moisés, mas dos patriarcas), e até no sábado circuncidais um homem!  23 – Se um homem recebe a circuncisão em dia de sábado, e isso sem violar a Lei de Moisés, por que vos indignais comigo que tenho curado um  homem em todo o seu corpo em dia de sábado?  24  - Não julgueis pela aparência, mas julgai conforme a justiça."
A mulher adúltera

  8   1 – Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras.   2 – Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar.
             3 – Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério.   4 – Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: "Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério.  5 – Moisés mandou-nos na lei que apredejássemos tais  mulheres. Que dizes tu a isso?"  6 – Perguntavam-lhe isso a fim de pô-lo a prova e poderem acusá-lo.
            Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra.   7 – Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes:  "Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra."  8 – Inclinando-se novamente, escrevia na terra.   9 – A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele.   10 -   Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: "Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?"   11 – Respondeu ela: "Ninguém Senhor." Disse-lhe então Jesus: "Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar."      




O cego de nascença




  9  1 – Caminhando, viu Jesus um cego de nascença.  2 – Os seus discípulos indagaram dele: "Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego?"  3 – Jesus respondeu: "Nem esse pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifeste as obras de Deus."  4 – Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar.  5 – Por isso, enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo."
          6 – Dito isso, cuspiu no chão, fez um pouco de lodo com a saliva e com o lodo ungiu os olhos do cego.  7 – Depois lhe disse: "Vai, lava-te na piscina de Siloé" (esta palavra significa emissário). O cego foi, lavou-se e voltou vendo.
         8 – Então os visinhos e aqueles que antes o tinham visto mendigar perguntavam: "Não é este aquele que, sentado, mendigava?"   9 – Respondiam alguns:  "É ele." Outros contestavam: "De nenhum modo, é um parecido com ele." Ele, porém dizia: "Sou eu mesmo."   10 -  Perguntaram-lhe, então: "Como te foram abertos os olhos?"   11 – Respondeu ele: "Aquele homem que se chama Jesus fez lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo."  12- Interrogaram-no: "Onde está esse homem?" Respondeu: "Não o sei."
        13 – Levaram então o que fora cego aos fariseus.  14 – Ora, era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.  15 – Os fariseus indagaram dele novamente de que modo ficara vendo. Respondeu-lhes: "Pôs-me lodo nos olhos, lavei-me e vejo.  16 – Diziam alguns dos fariseus: "Este homem não é o enviado de Deus, pois não guarda o sábado." Outros replicavam: "Como pode um pecador fazer tais prodígios? E havia desacordo entre eles.  17 – Perguntaram ainda ao cego:  "Que dizes tu daquele que te abriu os olhos?"  -  "É um profeta," respondeu ele.
        18 – Mas os judeus não quiseram admitir que aquele homem tivesse sido cego e que tivesse recobrado a vista, até que chamaram seus pais.  19 – E os interrogaram: "É este o vosso filho? Afirmais que ele nasceu cego? Pois como é que agora vê?"  20 – Seus pais responderam: "Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego.  21 – Mas não sabemos como agora ficou vendo, nem quem lhe abriu os olhos. Perguntai-o a ele. Tem idade. Que ele mesmo explique."  22 –
Seus pais disseram isso porque temiam os judeus, pois os judeus tinham ameaçado expulsar da sinagoga todo aquele que reconhecesse Jesus como o Cristo.   23 – Por isso é que seus pais responderam: "Ele tem idade, perguntai-lho."
        24 – Tornaram a chamar o homem que fora cego, dizendo-lhe: "Dá glória a Deus! Nós sabemos que este homem é pecador."   25 – Disse lhes ele: "Se esse homem é pecador, não o sei...  Sei apenas isto:  sendo eu antes cego, agora vejo."  26 – Perguntaram-lhe ainda uma vez: "Que foi que ele te fez? Como te abriu os olhos?" 27 – Respondeu-lhes: "Eu já vo-lo disse e não me destes ouvidos. Por que quereis tornar a ouvir? Quereis vós porventura, tornar-vos também seus discípulos?..."
        28 – Então eles o cobriram de injúrias e lhe disseram: "Tu que és discípulo dede! Nós somos discípulos de Moisés.  29 – Sabemos que Deus falou a Moisés, mas deste não sabemos donde ele é."  30 – Respondeu aquele homem: "O que é de admirar em tudo isso é que não saibais donde ele é, e entretanto ele me abriu os olhos.  31 – Sabemos, porém que Deus não  ouve a pecadores, mas atende a quem lhe presta culto e faz a sua vontade.  32 – Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença.  33 – Se esse homem não fosse de Deus, não poderia fazer nada."   34 – Responderam-lhe eles: "Tu nasceste todo em pecado e nos ensinas?..." E expulsaram-no.
        35 – Jesus soube que o tinham expulsado e, havendo-o encontrado, perguntou-lhe: "Crês no Filho do homem?"  36 – Respondeu ele: "Quem é ele, Senhor, para que eu creia nele?"  37 – Disse-lhe Jesus: "Tu o vês, é o mesmo que fala contigo!" – 38 –"Creio, Senhor," disse ele. E, prostrando-se, o adorou.  39 – Jesus então disse: "Vim a esse mundo para fazer uma discriminação: os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos."  40 – Alguns dos fariseus, que estavam com ele, ouviram-no e perguntaram-lhe: "Também nós somos, acaso, cegos?..."  41 – Respondeu-lhes Jesus: "Se fosseis cegos, não teríeis pecado, mas agora pretendeis ver, e o vosso pecado subsiste."






O bom pastor

 

10  1 – "Em verdade, em verdade vos digo: quem não entrá pela porta  no aprisco das ovelhas, mas sobre por outra parte, é ladrão e salteador.  2 – Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas.  3 – A este porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem  4 – Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz.  5 – Mas não o seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos."  6- Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar.

        7 – Jesus tornou a dizer-lhes: "Em verdade, em verdade eu vos digo: eu sou a porta das ovelhas.  8 – Todos quantos vieram [antes de mim] foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.  9 – Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; também entrará como sairá e encontrará pastagem.  10 – O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.

        11 – Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.  12 – O mercenário, porém, que não é pastor a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas.  13 – O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. 14 – Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim.  15 – Como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas.  16 – Tenho ainda minhas ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.

        17 – "O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar.  18 – Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai.

        19 – A propósito destas palavras originou-se nova divisão entre os judeus.  20 – Muitos deles diziam: "Ele está possuído do demônio. Ele delira. Por que o escutais vós?" Outros diziam: "Estas palavras não são de quem está endemoninhado. Acaso pode o demônio abrir os olhos a um cego?

Ressurreição de Lázaro

 

11   1 – Lázaro caiu doente em Betânia, onde estavam Maria e sua irmã Marta.  2 – Maria era quem ungira o Senhor com o óleo perfumado e lhe enxugara os pés com os seus cabelos. E Lázaro que estava enfermo, era seu irmão.  3 – Suas irmãs mandaram, pois, dizer a Jesus: "Senhor, aquele que tu amas está enfermo." 

4 – A estas palavras, disse-lhes Jesus: "Senhor, esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus."

       5 – Ora, Jesus amava Marta, Maria sua irmã, e Lázaro.  6 – Mas, embora tivesse ouvido que ele estava enfermo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar,  7 – Depois, disse a seus discípulos: "Voltemos para a Judéia."    –8  -  Mestre, responderam eles, há pouco os judeus te queriam apedrejar, e voltas para lá?"  9 – Jesus respondeu: "Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo.  10 – Mas quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz."  11 – Depois destas palavras, ele acrescentou: "Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo."   12 – Disseram-lhe os seus discípulos: "Senhor, se ele dorme, há de sarar."  13 – Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal.  14 – Então Jesus lhes declarou abertamente: "Lázaro morreu.  15 – Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele. "16 – A isso  Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: "Vamos também nós, para morrermos com ele."

     17 – A chegada de Jesus, já havia quatro dias que Lázaro estava no sepulcro.  18 – Ora, Betânia distava de Jerusalém cerca de quinze estádios.  19 – Muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão.  20 – Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa.  21 – Marta disse a Jesus:  "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!   22 – Mas sei também agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus  to  concederá."  23 – Disse-lhe Jesus: "Teu irmão ressurgirá."  24 – Respondeu-lhe Maria: "Sei que há de ressurgir na ressurreição do último dia."   25 – Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.  26 – E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?"  27 – Respondeu ela: "Sim Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo."

     28 – A essas palavras ela foi chamar sua irmã Maria, dizendo-lhe baixinho: "O Mestre está aí e te chama."  29 – Apenas ela o ouviu, levantou-se imediatamente e foi ao encontro dele.  30 – (Pois Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava ainda naquele lugar onde Marta o tinha encontrado.)  31 – Os judeus que estavam com ela em casa, em visita de pêsames, ao verem Maria levantar-se depressa e sair, seguiram-na, crendo que ela ia ao sepulcro para ali chorar.  32 – Quando, porém, Maria chegou onde Jesus estava e o viu, lançou-se aos seus pés e disse-lhe: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!"  33 – Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam. Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção,  34 – perguntou: "Onde o pusestes?"  Responderam-lhe: "Senhor, vinde ver."  35 – Jesus pôs-se a chorar.  36 – Observaram por isso os judeus: "Vede como ele o amava!"  37 – Mas alguns deles disseram:  "Não podia ele, que abriu os olhos do cego de nascença, fazer com que este não morresse?"

    38 – Tomado, novamente, de profunda emoção, Jesus foi ao sepulcro. Era uma gruta, coberta por uma pedra.  39 – Jesus ordenou: "Tirai a pedra." Disse-lhe Maria; irmã do morto: "Senhor, já cheira mal, pois há quatro dias que ele está aí..."   40 – Respondeu-lhe Jesus: "Não te disse eu: Se creres, verás a glória de Deus?"  Tiraram, pois, a pedra.  41 -  Levantado Jesus os olhos ao alto, disse:  "Pai, rendo-te graças, porque me ouviste.  42 – Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está em roda para que creiam que tu me enviaste."  43 – Depois destas palavras, exclamou em alta voz: "Lázaro, vem para fora!"  44 – E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: "Desligai-o e deixai-o ir."

Jantar em Betânia

 

       12   1 – Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara.  2 – Deram ali uma ceia em sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas.  3 – Tomando Maria uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço,  ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo.  4 – Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse:  5 – "Por que não se vendeu esse bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?"   6 - Dizia isso não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa furtava o que nela lançavam.  7 – Jesus disse: "Deixai-a;  ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura.  8 – Pois sempre tereis convosco, os pobres, mas a mim nem sempre me tereis."

                 9 – Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara.  10 – Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar a vida também a Lázaro, 11 – por que muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.

III. - JESUS MANIFESTA SUA MISSÃO E DIVINDADE EM SUA PAIXÃO E RESSURREIÇÃO (13-20)

  Jesus lava os pés de seus discípulos

  13   1 – Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara à hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou. 2– Durante a ceia – quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo – ,  3 – sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava,  4 – levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela.   5– Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.  6 – Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: "Senhor, queres lavar-me os pés!..." 7 – Respondeu-lhe Jesus: "O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve."  8 – Disse-lhe Pedro: "Jamais me lavarás o pés!..." Respondeu-lhe Jesus: "Se eu não tos lavar, não terás parte comigo."  9 – Exclamou então Simão Pedro: "Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.  10 – Disse-lhe Jesus: "Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!..."  11 – Pois sabia quem o havia de trair; por isso, disse: "Nem todos estais puros."   12 – Depois de lhes lavar os pés e tomar as vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: "Sabeis o que vos fiz?  13 – Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.  14 – Logo, se eu, osso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros.  15 – Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.  16 – Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.  17 – Se compreenderdes estas coisas, serei felizes, sob condição de as praticardes.  18 – Não digo isso de vós todos; conheço os que escolhi, mas é preciso que se cumpra esta palavra da Escritura: Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar  (sal 40-10).  19 – Desde já vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais e reconheçais quem sou eu.  20 – Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou."